sábado, 28 de agosto de 2010

O momento de partir

Chegou a hora do agora.
Agora preciso fazer várias escolhas importantes.
Agora preciso definir caminhos, traçar soluções ou viver na história errada.

Em tantos momentos pensei nesse agora como o futuro distante.
O momento em que chegaria e, aí sim, as coisas seriam organizadas na vida. Ou desorganizadas.
Que seja.
Chegou a hora e é agora.

Tantos caminhos traçados pela frente...
Me apego mesmo na idéia de um caminho novo, que ainda vou desvendar, ainda vou desmatar.
E é essa a hora de seguir. Acampar no mato, me perder para me achar.
Descobrir o que, acredito, está bem aqui: dentro de mim.

O caminho, portanto, não conheço.
Apenas sei que vai ser mais difícil, posto que ainda não existe.
Vai ser mais surpreendente, posto que nada se sabe sobre ele.
Será, ainda, mais empolgante. Porque será o meu caminho, de fato.

Construirei e tem de ser agora.
Esse é o momento. Devo seguir.

sábado, 14 de agosto de 2010

Gélido Concretismo

Onde fica a poesia quando não está aqui?

Talvez ela viaje para países distantes.
Talvez ela hiberne até o inverno acabar.
Talvez ela se entristeça em meio ao caos da vida.

Onde fica a poesia quando não escrevo mais?

Talvez ela passe ao ato insano.
Talvez ela corroa as minhas entranhas.
Talvez ela sucumba no gélido concretismo da realidade.

Onde fica a poesia quando ignorada?

Talvez ela persista em silêncio, camuflada.
Talvez ela grite nos intervalos da consciência.
Talvez ela se deixe morrer,
aos poucos, lentamente.
E tudo se torne gelo e concreto;

onde fica a poesia quando não a vejo mais.