segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Testamento

Há muito me faltam palavras.
Estou presa em algum vácuo indefinido.
A poesia me falta. Desesperança do amor.

Deixo os meus pertences para os que ainda sentem.
Já não sinto nada. Estou indefinida por mim mesma.

Pensamentos presos; estou amarrada.
As constelações existem e o Sol brilha; há alegria na beira do mar.
Não saio ao Sol; não quero mostrar minhas marcas.

Hematomas roxos, pretos, vermelhos. Não sinto nada.
Deixo as borboletas amarelas para os que ainda amam.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Licença para a Música

Samba de Um Minuto

Roberta Sá

Composição: Rodrigo Maranhão

Devagar
Esquece o tempo lá de fora
Devagar
Esqueça a rima que for cara.

Escute o que vou lhe dizer
Um minuto de sua atenção
Com minha dor não se brinca
Já disse que não
Com minha dor não se brinca
Já disse que não.

Devagar
Esquece o tempo lá de fora
Devagar
Esqueça a rima que for cara.

Escute o que vou lhe dizer
Um minuto de sua atenção
Com minha dor não se brinca
Já disse que não
Com minha dor não se brinca
Já disse que não.

Devagar, devagar com o andor
Teu santo é de barro e a fonte secou
Já não tens tanta verdade pra dizer
Nem tão pouco mais maldade pra fazer.

E se a dor é de saudade
E a saudade é de matar
Em meu peito a novidade
Vai enfim me libertar.

Devagar...