Quem me dera ser só uma mulher fútil.
Mais fácil seria, mais eficaz, menos triste, menos contemplativo.
Quem dera ser só fútil.
Mas, tantas borboletas amarelas...
E a poesia que chega sem me pedir licença.
Maior que as marcas caras de shopping ou qualquer coisa assim.
Quem me dera ser só isso. Não ver borboletas nem amarelas.
Ah! Mas a dança é forte diante dos meus olhos.
E esse olhar quem sabe triste ou contemplativo.
O que eu vejo além das marcas caras?
O que eu quero além da vida cheia de sucesso?
O que mesmo posso pensar além desse superficial?
Muitas, tantas borboletas amarelas.
E todas dançando sem me pedir licença.
licença para colocar minhas borboletas??
ResponderExcluirPÂNTANO
Olhos podres como xaxim
Verdes pérolas de musgo
Erva daninha
Que arrasta, sobe, caminha.
Colheita úmida, local insalubre
Pantanosa expressão visual
Charco!
Ninguém abraça a nada
Deslizam braços, escapam
Escorregam
Como o lodo que envolve asquerosos ogros
Sapos, rãs!
Chuvas ácidas de lágrimas enchem aquele oceano
De pútridos pensamentos
Seriam sonhos?
Seriam mergulhos na inconsciência?
Ou seriam longos banhos de enxofre?
Se são, esquece esse verde olhar
Mergulha no azul mar
Pula para o lado calmo da maré
E toma um chá de água límpida com arruda
Depois, vomita as borboletas que estão entaladas na garganta
E grita! Diz!
Que o mundo das cores sempre estará além da escuridão!
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ResponderExcluirJARDIM
Crescente matagal
Apura naquele vazio
Outrora trigal
Agora baldio.
Foi um jardim
Que tinha flor
Lá tinha jasmim
E árvore em verdor.
Seiva corria nos galhos
Vida por lá pulsava
A grama e os orvalhos
Alvejavam quando geava.
Ervas e seus odores
No jardim cresciam
Pássaros com seus amores
Ninhos faziam.
A vida fluía
Por todo o canto
Gralha voava e gruía
No belo livre recanto.
Vazio que tudo tomou
Buraco em funda cova
A vida secou
Hoje lugar de desova
De corpos putrificados
Sem vida e morto
Troncos petrificados
Curetagem de aborto.
Nada e nada há lá
Cenário branco e preto
Buraco cavado com pá
Cavidade, gueto.
Futuro haverá
Para aquele lugar?
Aqui como lá
Também é vulgar.
Por isso lhe digo
Que abismo assim
Representa perigo
Para você e para mim.
Temos de plantar
Belas flores azuis
Para borboleta pousar
Ao lado da cruz.
E toda essa beleza
Que passará a ter
Será nossa alteza
Para a vida viver.
Poetas lá voltarão
Versando pelo ar.
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