sábado, 12 de novembro de 2011

Sobre a possibilidade constitutiva da vida

A vida não é fácil.
Quem me disser que a vida é fácil
é porque ainda não viveu.

Tem que lutar muito, trabalhar muito,
persistir e focar
para conseguir alguma construção.

Porque tudo e qualquer coisa
que vier de graça
ainda vai ter um preço maior que a vida.

O que não é luta é morte.
A vida não pode ser fácil.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Arritmia

Estou sem tempo.
Há muito o que fazer.
Burlar o dia e ter mais de 24 horas.
Correr meia maratona e chegar de leve.
Encarar a vida breve e fechar o bar.
Um pouco de trabalhar um pouco de estudar um pouco de amar.

Mas amar amo muito.
Trabalhar trabalho muito. Estudar quero muito. Mundo muito.

Mundo muito ao meu redor e, principalmente, dentro de mim.
Estou sem tempo; faço minhas escolhas. Relógio bom tem ponteiros para a felicidade.

24 horas são flexíveis como as batidas do coração; arritmia.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Cozinhando

Tenho me alimentado de palavras e estou cada vez mais faminta.
Que venha o silêncio.

Nova vontade na minha vida é a de fazer culinária do silêncio.
Fato que acaba ressoando no zum zum do vento e vira música.

Quem sabe de ondas sonoras sacio a fome...

domingo, 4 de setembro de 2011

Domingo

"(...) O amor não faz nenhum mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento perfeito da Lei. (...)"

Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Lugar no mundo

Se esconde dentro do peito o que é profundo
E se revela, sem querer, em toda parte.
Porque de tão interior provoca o mundo
enquanto escorre amor pelo refúgio de nós.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Chaplin

"Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido."

(O Último Discurso, do filme O Grande Ditador)

Charles Chaplin

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Poesia de Mário Quintana

O Tempo

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

Mário Quintana

terça-feira, 12 de julho de 2011

Fica o que sobra

Nada mais resta.
O que sobra é amor.

Como sentir o calor do Sol em dias frios.

Eu poderia dizer muitas coisas.
Mas todas seriam quase nada.
O que sobra sou eu.

Como me olhar por dentro do espelho.

Eu ouço muitas coisas.
E todas passam por mim.
O que sobra, fica.

Como um abraço saudoso dentro do tempo.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Que é para ser feliz

Acordei.
E quem me acordou foi eu.

Há tanto para enxergar ainda...
Não tenho medo de viver. Vou encarar.

Encarar e escolher as palavras que me deixam feliz;
o que eu quero ser.

Quero ser tudo o que for completo, inteiro, amoroso, aconchegante.
Não quero metade. Nem sou um terço. Não me fraciono.

Não quero o meio amor ou o desamor ou a tempestade.
Durante a tempestade estarei em um chalé calmo e em brasas;
que é para esquentar.

Durante o sol a pino estarei em ondas suaves e geladas; que é para esfriar.

Sou inteira e escolho acordar; que é para encontrar mais palavras que me completam
enquanto já sou toda, apenas por saber amar.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Surpresa

Caiu um pedaço de céu perto de mim.
Me assustei.
Surpresa, fui olhar melhor.

É o céu, é o sol, uma nuvem?
Estou sonhando?

Peguei um pouco de céu com as mãos.
Era leve e consistente
feito gargalhada de neném quando brinca de esconder.

Se estou sonhando,
ou só me acorde no raiar do dia ou nem isso...

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Porque eu quero o seu bem

Meu irmão, deixa esclarecer:
de tão escuro quase não enxerga bem.

Meu olhar se vai ao longe
longe
bem distante de tudo aqui perto.
Meu olhar parou no tempo.

Mas logo logo fica claro
e vai clarear os sentimentos também.
Eu não brigo por moral...
Meu irmão, só brigo por seu bem.

Meu bem, esteja bem quando o dia raiar
e em todos os outros dias; veja além.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Por um instante

Tão bom, tão bom, tão bom...
que de tão bom me dói no peito...
como se fosse ruim.

Uma punhalada, sim.
E vou fugir pra distante de mim.

Tão bom, tão bom, tão bom...
que de tão bom estou caindo das nuvens...
como se fosse o fim.

Posso sentir a queda. Já não respiro. Mas tudo pulsa rápido e profundo.

Por um instante, posso sentir o mundo.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Pensar demais

O que me diferencia são as escolhas que faço.
Eu podia ser um robô, mas já não o sou há muito tempo.
Talvez nunca tenha sido; sempre gostei de pensar demais.
Fora o fato das borboletas amarelas terem aparecido,
todas as outras escolhas de amor são minhas:
desde as surpreendentes nuances do tempo...
Me equilibro em corda bamba como todos,
a diferença está em conhecer onde estou pisando.
O resto é o que mais importa.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Largo da Carioca

Ah! Já sei porque não escrevo mais...
É que me perco nessa vista linda do 22º andar do centro da cidade.
E paro.

Sim sim, me perco na janela... por alguns segundos... olhando lá fora.
Na verdade, são os prédios de arquitetura moderna constratando com o Convento de Sto. Antonio...
Os carros passando com o farol já aceso no fim da tarde... As fileiras de carros no sinal...
As pessoas passando de lá pra cá de cá pra lá... Pra onde será que estão indo?

Será que tudo isso percebe a observadora concentrada que sou?
Será que tudo isso indaga sobre o meu foco na poesia desbaratada do centro?

Não, a poesia não está nem aí... As coisas estão lá fora, existindo, acontecendo.
os prédios os carros as pessoas os sinais... todos seguem seus caminhos...
Passam todos apressados e, se olham para cima, apenas olham sem ver.
Afinal, é necessário enxergar já tanta coisa:
o carro para atravessar a rua
o pivete
a moto
o camelô mais barato
o número do prédio
a borboleta amarela
o número do PIS
a xerox do documento
o projeto inacabado
o exame de sangue
o currículo
a hora da reunião
a saia rodada da mulher que passa, enfim
tanta coisa...

E eu ali por segundos ou talvez até um ou dois ou três minutos...
parada apenas... sem seguir caminho algum... cega de tanta coisa...
Só vendo esse tantinho de poesia passando por mim... olhando só o desnecessário...

Assim, acabo passando o dia esquecida de escrever poesia.
A poesia já existe. E abro a janela.

domingo, 15 de maio de 2011

Desafio Literário

Olá!
Vou responder ao desafio que a Ma do blog Cotidiano de Mulherzinha (http://www.cotidianodemulherzinha.blogspot.com/) me indicou! Então, lá vai:

#Desafio literário#

1 - Existe um livro que você leria e releria várias vezes?

Bom... leio vários livros de poesia várias vezes, leio a mesma poesia do mesmo livro centenas de vezes, em alguns momentos... São livros do Manoel de Barros, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade, Adélia Prado, Manuel Bandeira, Mário Quintana e talvez eu esteja esquecendo de alguém mas não me recordo agora. Os nomes dos livros? hummm... não me pergunte, sou péssima para guardar nomes e nomes de livros é a mesma coisa. Eu lembro de frases e versos. Os nomes dos livros, por algum motivo, não me importa tanto... só me importa os sentimentos que as palavras produzem em mim. Mas, claro, tem o clássico "O Pequeno Príncipe", que também releio de tempos e tempos e, sim, toda vez que releio percebo algo que ainda não tinha percebido. Existem outros livros que amo, só que não costumo reler o mesmo livro (excluindo as poesias) porque tenho ansiedade crônica e quero sempre ler algo novo. E mais outra história. E outra. Porque por mais que eu leia vários livros sempre terá um tão bom que ainda não li... e que quero tanto... Enfim, é leitura que segue.

2 - Existe um livro que você começou a ler, parou, recomeçou, tentou e tentou, mas nunca conseguiu ler até o final?

Existe um. E não é porque o livro é ruim, pelo contrário. É o segundo livro de " O Senhor dos Anéis", acho que o nome é "Duas Torres", mas talvez não seja pq sou péssima para lembrar nomes de livros... Bom, gosto muito dessa Trilogia, inclusive volta e meia faço maratona dos filmes com a minha irmã. Mas, na época em que eu estava lendo esse segundo (super empolgada pq tinha gostado muito do primeiro), aconteceu uma coisa triste na minha vida... Dessas coisas tristes que não tem nem nome, são só vazio... E o vazio me preencheu por completo na época, tentava pegar o livro para ler, mas eu já estava tão cheia de vazio que as palavras transbordavam... e não conseguia. Sim, tentei recomeçar a lê-lo dias depois, meses depois, anos depois... mas não consigo. Minha memória não é boa para nomes de livros e é ótima para sentimentos. E toda vez que tento reler esse em específico, é como se eu estivesse relendo o vazio e a dor daqueles dias... Não consigo. E nem quero mais tentar, na verdade... dou espaço para o novo.

3 - Se você escolhesse um livro para ler para o resto da sua vida, qual seria ele?

Perguntinha muuuito complicada essa! Eu tenho que escolher um só livro para o resto da vida?? Bom, leria algum dos meus de poesia, com certeza. Porque poesia eu releio sempre, independente de qualquer coisa. Mas qual? Ai ai... Posso fazer uma Antologia Poética dos meus poetas preferidos? Então, é isso. Eu faria uma Antologia Poética de todos os meus poetas preferidos e leria para o resto da vida. Ou melhor, e realmente os lerei para o resto da vida.

4 - Que livro você gostaria de ter lido, mas que, por algum motivo, nunca leu?

Vários, ué! Tenho vontade de ler tantos e tantos livros e, infelizmente, ainda não tive tempo o suficiente para ler todos os que quero. Sabe como é a vida: estudos, faculdade, trabalho, trabalho, trabalho, estudos para trabalhar... ô... Mas, pensando bem, nunca vou ter tempo suficiente pq sempre vou querer ler tantos e tantos livros. A ideia, então, é ler o máximo que posso no tempo que tenho. E estou tentando lembrar de um nome aqui para escrever... Como sempre, sou péssima para nomes... Quero ler a história de Dom Quixote... quero ler mais livros da Adélia Prado... quero também terminar a obra completa do Manoel de Barros... Quero teminar de ler todos os livros da Clarice Lispector...Quero ler mais livros do Mario Vargas Llosa... Ah, quero muito ainda... Quero ler tudo (ou quase, não preciso de auto ajuda...eca!).

5 - Qual livro que você leu cuja "cena final" você jamais conseguiu esquecer?

Vixi... também consigo esquecer cenas finais! Só lembro dos sentimentos, frases e versos... E estou lembrando de várias frases aqui... Ah, sim, tem a clássica do final do livro "O caçador de pipas" quando o protagonista diz "Por você, faria isso mil vezes!". Na verdade, essa é uma frase que está no contexto de todo o livro. No final eu gostei mais de ler... é como se eu lesse nela o próprio sentimento de amor. Pelo contexto da cena final, que não vou contar pq talvez vc ainda não tenha lido o livro, que é tão simples e ao mesmo tempo tão esperançosa. E a esperança de vida no texto vinha do amor nessa frase. Pensando bem, a esperança de vida em todo o livro vinha do amor contido nessa simples frase. Esse amor que me encanta. Não o romântico, porque romantismo é ilusão... É Shakespeare. O amor que me encanta é esperança de vida. Toda "cena final" que dá esperança de vida merece ser lembrada.

6 - Você tinha o hábito de ler quando criança? Se lia, qual tipo de leitura?

Lia sim. Sempre gostei de viajar... e os livros eram a minha saída para os sonhos acordada e sem sair do lugar. E ainda são. Bom, meu gênero na época era basicamente o romance. Só comecei a ler muita poesia lá pelos 12 anos... Os autores eram os clássicos de criança... como Ana Maria Machado, Pedro Bandeira, Ruth Rocha, dentre outros que não me recordo agora.

7 - Qual o livro que você achou chato, mas ainda assim o leu até o final?

Se o livro é chato não leio até o final. Só tenho paciência para livros que gosto.

8 - Indique alguns dos seus livros favoritos

Claro, mas vou consultar aqui a minha estante para lembrar os nomes direitinho (rsrs):
# "O Pequeno Príncipe"; Antoine de Saint-Exupéry
# "Cem Anos de Solidão"; Gabriel Garcia Márquez
# "O Caçador de Pipas"; Khaled Hosseini
# "Água Viva"; Clarice Lispector
# "Dom Casmurro"; Machado de Assis
# "A menina que roubava livros"; Markus Zusak
# "Ensaio sobre a Cegueira"; José Saramago
# "Ana Terra";Érico Veríssimo
# Todos os livros de poesia dos meus poetas preferidos... não tenho como escolher o melhor dentre eles... todas as poesias são maravilhosas!

9 - Qual livro você está lendo no momento?

Dentre as poesias que volta e meia leio e releio, estou terminando de ler "Felicidade Clandestina" da Clarice Lispector. E essa semana devo começar o "Moça com Brinco de Pérola" de Tracy Chevalier - que meu irmão me deu de presente e está bem aqui na minha frente, esperando ansiosamente! Vixi... rimou muito esse finalzinho...

10 - Indique cinco blogueiros para o desafio literário

Camila, do "Papel 40Kg"
Felipe Wagner, do "Felipe Wagner"
Bruna, do "Relicário"
Angelus, do "Versos, Prosas e Colóquios"
Didiu, do "Encontros.."


Terminou o desafio, galera!
Obrigada, Ma, pelas perguntas!
Literatura é sempre um ótimo assunto!!

Até!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Desaparecer

Ó céus, quero uma máquina para desatormentos...

Os tormentos vão exalando sentir como quem passa muito perfume...
Ó céus, quero o desatormento!

Um dia, que seja, sem pensar nas incertezas de ser ser...
Um dia, que seja... uma noite, enfim...

Quero ser pedra rua poste escada porta vento...
Não quero mais essa humanidade toda dentro de mim...

Ó céus, sentir sorrir penar... quero parar uns instantes...
E ser dura como concreto ou mole feito água e ser só.

Ó céus, não é tanto que te peço... mas é muito esse sentir...
Por favor, uma máquina para desatormentos!

Antes que todo esse perfume exale mais do que ser humano
e não se contenha em apenas ser...

Ó céus, apenas desaparecer...

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Rosa dos Ventos

Fui andar meio sem rumo
depois de comprar a passagem de volta.

Desejo tudo mais que me permita liberdade.

Tanto sol chegava a me incomodar naquela hora do dia...
Eu não reconhecia mais o céu.

De certo quero reencontrar os desafios do inesperado.

Estou voltando para o lugar que já é outro.
E sou já outra diante do que fui.

Agora tenho a certeza de que o rumo está em mim.

domingo, 1 de maio de 2011

Ressaca

Maria deitava na pedra e chorava.
O mar batia.

Em tantos dias Maria procurava saber
em quantos dias se foram as alegrias...

O mar sofria as dores de Maria.
Mas as lágrimas eram para pedras frias...

Maria queria se jogar nas ondas.
As ondas queriam cobrir Maria.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Gestação

Tem angústia no meu ventre.
É tudo que posso sentir.
O caos no corpo.
É tudo que posso saber.

São meus encontros desencontrados de mim.
Escrevo apenas para promover alguma paz, afinal...
diante desse caos incorporado de saber sentir.

Tem angústia no meu útero.
Sou mãe da criação.

terça-feira, 26 de abril de 2011

O céu da minha casa

Tem uma borboleta morando aqui em casa.
Abro a janela para libertá-la. Mas ela fica.
Acho mesmo que gostou do lugar.

Vai entender as borboletas...
Todo o céu lá fora... Todo o verde na Floresta da Tijuca...
Vai entender...

Chego de manso e ela faz festa. Sim. Juro.
Dança por entre meus braços e pousa de leve.
Depois se encanta por uma parede e fica.

Vai entender essas paredes...
Prefiro apenas não entender. Prefiro gostar.
A presença da borboleta torna o lugar maior que o céu lá de fora.
Vai entender...

sábado, 23 de abril de 2011

Fragmentos pela Estrada

Um qualquer momento na memória inspira uma poesia cantando baixinho
Ouço tudo enquanto caminho de volta para casa.

As ruas que caminham por mim.
Ando entre retalhos da história.

A poesia se dedicou aos versos momentâneos
música traduzindo o que há de mais comum em qualquer viagem.

Ouço bem a transitoriedade enquanto volto devagar.
Meus retalhos também cantam todo fim é todo recomeço.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Desconectada

Meu eu diante das coisas se apavora.
Quero sumir da internet. Quero derreter o facebook.
Vou bombardear o twitter.

Ah... desligar tudo e ser só um tempo de mim.

Nem deve acontecer poesia dessa parafernália toda!
Vou passar o dia olhando o mar, na praia, em meio ao céu.
Vou passar a noite vendo meus filmes preferidos e cantando baixinho.
Vou adorar as borboletas amarelas enquanto caminho sem prumo.

Qualquer coisa que não seja tanto de fora...
Vou internalizar a clareza dessas luas cheias me chamando para a festa...
A festa que acontece bem aqui; dentro d´alma.

Ah... desligar tudo e ler um livro de páginas amarelas...

Vou twittar minhas preferências internas ao Sol.
Vou curtir as paisagens lá de fora.
Vou blogar versos digitados nas crateras da Lua.

Ah... vou doar esse celular com internet 24 horas para borboletas amarelas.

Meu eu diante de mim se surpreende. Vou desligar tudo e festejar.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Poeminha de rima circular

A vida está em aberto
Vou me candidatar
Deve haver uma vaga
onde eu possa me encontrar

Respirar mais fundo a esperança e mergulhar.

A vida está em aberto
É nela que vou batalhar
lutar correr chorar
O que for preciso, enfim,
para viver de mim.

domingo, 10 de abril de 2011

Meia lua nas nuvens

Uma meia lua me observava enquanto eu esperava o ônibus.
Por quanto tempo mais vou aguardar inspiração?

Os cantos de mim surpreendem o medo de hoje.
Vai surgir, tenha calma.

O medo vem do alto daquela meia lua quase escondida entre as nuvens.
Eu sei, a poesia se ofusca no tempo que passa.

Aguardo o ônibus como espero novos caminhos.
O medo de agora esconde poesia no canto de mim.

Uma meia lua ultrapassa o entendimento enquanto o ônibus chega.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Entrevista de Emprego

Primeira pergunta: qual é a sua área?

Ah... Minha área é onde o caos promove ordem
onde o vazio completa os versos do dia
onde a paisagem sempre está em construção
onde angústia é criação em desenvolvimento
onde os resultados são subjetivos igual borboleta amarela voando.

O entrevistador foi direto:
Não temos essa vaga em aberto. Entraremos em contato caso haja uma oportunidade.

Meses depois me chamaram para preencher o cargo de Artista.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

De olhos abertos

Surpresa acordar assim e abrir a janela...
O mundo é minha visão e só depende de mim.

Quero todos os caminhos que sejam criação, produção, paixão.
Ouso mais quando não estou sonhando.

Quero abrir estradas, não as quero prontas.
Quero abrir janelas, não as deixo fechadas.
Quero criar a máquina para mover o mundo um tanto mais rápido...
E depois desacelerar para apreciar melhor cada movimento.
Quero o aconchego da instabilidade produtiva enquanto molho plantas ao raiar do sol.

Enxergo o mundo e não estou sonhando.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Saudade

Muito tempo sem verso e prosa.
Conversa antiga de vó... de quando a gente senta na mesa e toma um café com leite...
de história sem fim nem começo, só presente e quente dentro da gente...
feito aconchego de lareira no inverno... água fervente.

domingo, 27 de março de 2011

Aventuras

O céu estava mais estrelado ontem.
Uma meia lua ousava me chamar atenção, sem parar.
Chamando: venha venha venha...

Não vou não vou não vou.
Só virar a esquina que encontro várias bifurcações.
Ah! O céu conhece meu desejo por aventuras. Não vou.

Mas, quando menos percebo, já pulei do arranha-céu;
já me joguei ao mar;
já escalei montanhas e mergulhei entre os tubarões.

A lua me chamando venha...
E sabe, no fundo, que não ligo para os riscos.
Antes as marcas do que nunca ter pulado.
Antes as bifurcações do que nunca ter virado esquinas.
Antes as aventuras do que não ouvir a voz da lua.

Céu estrelado me convidando para nadar com tubarões.
Não vou não vou não vou.
Mas, quando viro a esquina, já me joguei ao mar.

Selo


Ganhei esse selo do Henrique Campos do Blog Eco de Sorrisos. http://ecodesorrisos.blogspot.com/2011/03/selo-stylish-blogger-award.html.
Muito Obrigada!!

Ele me enviou o Selo Stylish Blogger Award.
E assim devo retribuir a gentileza conforme as regras.

Sobre especificamente este selo conforme as regras:
-Ao receber o selo deve-se repassar para 15 outros blogs
-Indicar sua postagem para esclarecimentos
-Comunicar os 15 escolhidos com um comentário em seus blogs
-E incluir no seu post 7 coisas sobre você.

7 coisas sobre mim:

1- Escrevi meu primeiro poema com 6 anos.

2- Borboletas amarelas me inspiram.

3- Minha mãe me ensinou a ter planejamento.

4- Meu pai me ensinou a sentir poesia no vento.

5- Meus irmãos são estrelas brilhando em noite iluminada.

6- Sou uma construção feita de tudo aquilo que escolho para amar.

7- Rezo antes de dormir.



15 Blogs que indico:

1 - http://sincerossuspiros.blogspot.com
2 - http://cotidianodemulherzinha.blogspot.com/
3 - http://deanalgesicoseopioides.blogspot.com/
4- http://barbaranonato.wordpress.com/
5- http://ravibarros.blogspot.com/
6- http://muitosemum.blogspot.com/
7- http://instantaneasaovento.blogspot.com/
8- http://blablabladayza.blogspot.com/
9-http://tudobossaquasenova.blogspot.com/
10- http://www.niilistasubversivo.blogspot.com/
11- http://cantodolufa.blogspot.com/
12- http://escrevendoprovento.blogspot.com/
13- http://meusversosmeuuniverso.blogspot.com/
14- http://poesiasdeedvaldopereiradoscamposnetto.blogspot.com/
15- http://quaseumguia.blogspot.com/

Até!
Retificando: o selo citado anteriormente foi oferecido pela Millena do blog Mulherzices (http://www.mulherzices.com/).

Selos


Pessoal,

Ganhei este selo da Millena do Blog

.
Muito Obrigada!

Regras:
1--Colocar a imagem do selo no blog;
2-Linkar no blog que te indicou o selo;
3-Responda as seguintes perguntas:

-Qual seu estilo musical?
Sou muito eclética. Mas, principalmente, gosto de todo som que tem qualidade e poesia.

-Qual sua banda favorita:
Tenho que dizer só uma? Que difícil, hein... Ouço muito Pearl Jam, U2...

-Que música marcou sua vida?
Várias! rsrs... Luiza - Tom Jobim; Cotidiano - Chico Buarque; Cajuína - Caetano Veloso;
L´amour - Carla Bruni; Beautiful Day - U2; Black - Pearl Jam; dentre outras.

4-Indique alguns blogs para ganhar o selo;
http://didiujorge.blogspot.com/
http://papel40kg.blogspot.com/
http://arslucet.blogspot.com/
http://aobservadorista.blogspot.com/

Logo indicarei mais alguns blogs através de outro selo que ganhei.
Aguardem!

sábado, 19 de março de 2011

Praia da Felicidade

Há uma borboleta amarela. E só.
E só em parceria com o vento. Com folhas bastante verdes.
Com flores de todas as cores.

Voando em direção ao mar.

Há um destino e alguns caminhos.
O céu é vasto. As asas estão abertas no vazio imenso.
Vazio fonte de caos e criação.

Voando em direção ao sol.

Há uma borboleta amarela.
Há algum esforço para bater as asas. Nem sempre é fácil.
O caminho mais difícil ainda é permanecer em liberdade.

Voando em direção à Praia da Felicidade.

terça-feira, 15 de março de 2011

Reality show

Eu não vou gritar para o mundo as coisas que você me falou.
Não vou falar.
Também não vou espalhar pelos muros as coisas que você me fez.
Não vou fazer.
Muito menos pretendo mostrar minhas marcas.
Não vou divulgar minha solidão.

As imagens são nossas e em nós ficarão.

sábado, 12 de março de 2011

Perdida

Tantos sonhos sem sentido...
Tantos desejos perdidos.
Estou no meio da rua.

A multidão passa os carros os prédios.
Minha visão turva incomoda a paisagem.
Os sons passam considerando o erro
dessa desastrosa e momentânea imagem de mim.

Tanto tempo investido...
Eu não quero voltar, vou seguir
o fluxo intenso das possibilidades do tráfego.
Os sinais estão abertos.

Tantos desejos sem sentido
E tantos sonhos perdidos...
que ainda estão por vir.

Em algum momento ei de encontrar o caminho.

sábado, 5 de março de 2011

Carnaval

Todos os dias terão Sol no meu carnaval.
Faço questão de ir além do horizonte, vou ao mar.

A temperatura estará aberta ao acaso do desencontro...
Por que não?

A Lua redefinirá a maré; olhar de lá um céu estrelado de máscaras.

Todas as noites terão Sol no meu carnaval.
Faço questão de redescobrir o impossível e mergulhar.

Viva o encontro da batida de cada onda dentro de mim...
E o baile de máscaras que a noite iluminará.


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Viagem livre

Todas as palavras me encantam.
Todas as possibilidades são minhas.
Sinto as escolhas pulsando no sangue,
sou livre - vou ser feliz.

Vou viajar para um canto
de onde nem devia ter saído. Sou minha.
Vou para onde o vento sopra forte
e faz cócegas dentro de mim.

Não tente mais me deter - ser feliz ser feliz!
Me liberte - sou minha e livre, sou pulsão de vida!
Sou todas as possibilidades na minha mão.
Não vivo mais de pranto. Assim é melhor.

Me libertei; ouço todas as palavras!
Sinto mais que brisa, danço com o vento.
Meu sangue pulsa escolhas, viagem livre.
Principalmente tudo me encanta.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Pôr-do-sol no Arpoador

Parece o entardecer como qualquer sentir fugaz
que se espalha pelo espelho do mar até sumir.

Mesmo assim ouço aplausos distantes embora tão próximos.

Nada mais importa se olhar é constatar e ver passar.
Apenas passa como vai indo o sol.

Um outro dia vai amanhecer e é assim mesmo que a natureza permanece.

Mas o acabado deixa uma marca na história, quase cicatriz,
no espelho permanente dos aplausos para o mar.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Fevereiro

Fevereiro é fogo dentro de mim.
Arde, fervilhando ao Sol.
Encandescente, sedenta
Por favor, Água!
Fevereiro não vai passar sem brasa.

Não há Sol que queime mais
que minhas entranhas de deserto.
Mergulho fundo e não passa.
Baldes de gelo e não passa.
Não há Sol que queime mais que eu.

Fevereiro me arrasa.
Parecem blocos de concreto ao redor.
Alguma música toca ao fundo
Mas não adianta.
Não há frescor que alivie a ardência do meu coração.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Testamento

Há muito me faltam palavras.
Estou presa em algum vácuo indefinido.
A poesia me falta. Desesperança do amor.

Deixo os meus pertences para os que ainda sentem.
Já não sinto nada. Estou indefinida por mim mesma.

Pensamentos presos; estou amarrada.
As constelações existem e o Sol brilha; há alegria na beira do mar.
Não saio ao Sol; não quero mostrar minhas marcas.

Hematomas roxos, pretos, vermelhos. Não sinto nada.
Deixo as borboletas amarelas para os que ainda amam.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Licença para a Música

Samba de Um Minuto

Roberta Sá

Composição: Rodrigo Maranhão

Devagar
Esquece o tempo lá de fora
Devagar
Esqueça a rima que for cara.

Escute o que vou lhe dizer
Um minuto de sua atenção
Com minha dor não se brinca
Já disse que não
Com minha dor não se brinca
Já disse que não.

Devagar
Esquece o tempo lá de fora
Devagar
Esqueça a rima que for cara.

Escute o que vou lhe dizer
Um minuto de sua atenção
Com minha dor não se brinca
Já disse que não
Com minha dor não se brinca
Já disse que não.

Devagar, devagar com o andor
Teu santo é de barro e a fonte secou
Já não tens tanta verdade pra dizer
Nem tão pouco mais maldade pra fazer.

E se a dor é de saudade
E a saudade é de matar
Em meu peito a novidade
Vai enfim me libertar.

Devagar...