quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Na voz de Manoel de Barros

Hoje abro espaço para dar voz ao poeta:


Manoel de Barros

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O poema é antes de tudo um inutensílio.

Hora de iniciar algum
convém se vestir de roupa de trapo.
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Há quem se jogue debaixo de carro
nos primeiros instantes.
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Faz bem uma janela aberta.
Uma veia aberta.
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Pra mim é uma coisa que serve de nada o poema
Enquanto vida houver.
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Ninguém é pai de um poema sem morrer.

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