segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Testamento

Há muito me faltam palavras.
Estou presa em algum vácuo indefinido.
A poesia me falta. Desesperança do amor.

Deixo os meus pertences para os que ainda sentem.
Já não sinto nada. Estou indefinida por mim mesma.

Pensamentos presos; estou amarrada.
As constelações existem e o Sol brilha; há alegria na beira do mar.
Não saio ao Sol; não quero mostrar minhas marcas.

Hematomas roxos, pretos, vermelhos. Não sinto nada.
Deixo as borboletas amarelas para os que ainda amam.

3 comentários:

  1. Quando as palavras faltam, é porque é chegada a hora...

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  2. Jeitos diferentes de dizer, de ver as coisas. Escolha o seu.


    O VOAR DAS BORBOLETAS

    Chegará o dia do fim anunciado
    Quando as borboletas libertas
    Sairão em rumo ao insaciado
    Desejo de voar à praia incerta.

    Hão de pousar em muitas flores
    No caminho dos seus caminhos
    E proliferar a vida e seus amores
    Com mil poemas em pergaminhos.

    Borboletas – seres estupendos
    Vão! Eu as liberto! Sim, liberto
    Mesmo que cá quede adoecendo

    Coração que fora seu, por certo
    Mas no ruflar de asas irá batendo
    Por confiar que estará por perto.

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  3. Poesia plenamente confessional pela liricidade ainda que contemporânea, tua sinceridade no dizer é algo realmente que se pode sentir, parabéns pelo espaço e pelos versos poetisa,

    um cordial abraço, Luiz.

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