quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Caminhar

Caminhar é uma das coisas mais difícieis para alguns. Não estou cambaleando nessa afirmação. Minhas palavras não consistem no significado das linhas apenas. Desde pequena aprendi a ler entrelinhas. Caminhar, até hoje estou tentando.
As pernas devem estar firmes e aguentar o peso do corpo. A direção é designada previamente. O sincronismo deve estar perfeito. E daí, realidade e sonho se juntam em harmônia formando o caminhar. Faz parte andar no presente levando alguma bagagem do passado e um mapa para o futuro. E, claro, sem se esquecer das pedras no meio do caminho. As pernas devem ser firmes e se sustentar.
Nem os textos nem os caminhos sugerem apenas linhas retas. Meus pés não estão alienados e andam. São, assim, curvas e entrelinhas e atalhos e significados e mais ruas do que mapas. É preciso ter cuidado para os sonhos não se esconderem em guetos. Sempre estar atento para não perder de vista a realidade. Desse modo, desde pequena eu e mais alguns por aí nos empenhamos ao máximo para caminhar firme nas curvas. Meus pés atentos aos significados. minhas palavras desviando das pedras.
Caminhar é um ato reinventado a cada dia. Os pés seguem através do presente, futuro e passado; entre sonho e realidade; no meio de pedras e curvas. As entrelinhas sugerem a harmonia sutil que garante firmeza ao corpo. Desde pequenos tentamos não cambalear no cotidiano.

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