quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Olhar

Quero falar sobre a importância do olhar em nosso cotidiano. E sobre as escolhas que fazemos em observar certas coisas e ignorar outras. Penso que a forma como escrevemos também é um olhar para o mundo. Agora, por exemplo, estou construindo uma visão.

Ao abrir os olhos, recortamos imagens e formamos filmes únicos em nossas vidas. Acredito que nenhum olhar é igual, mesmo que seja para a mesma coisa, olhada pela mesma pessoa. Cada um de nós filma sua vida de jeito próprio. E, preciso dizer, a junção desses vários olhares para o mundo ajuda a construir cada vez mais aquilo que somos, que queremos ser e que constitui a sociedade.
As escolhas que fazemos de observar certas coisas, aquilo que vislumbra ser mais convidativo aos olhos, são escolhas para nos formar. Aos poucos, no cotidiano de cada dia, as imagens que recortamos do mundo apresentam as nuances das cores. Ou, se optarmos por um olhar menos detalhista, as imagens que vemos revelam o tom único de quem não deseja se aprofundar no arco-íris.
Mas, não se engane, olhar não é sempre aquilo que não é visível. Como na frase de um livro famoso: "O essencial é invisível aos olhos...". Há diversas maneiras de abrir esses olhos - seja pela palpébra, pela escrita, pelo coração, pelo barulho da chuva caindo lá fora, pelo cheiro gostoso de amora, pelo gosto bom do pão-de-queijo da avó ou o que seja. Olhar são as escolhas que fazemos com nossos sentidos para produzir um filme diário.
As palavras que escolho nesse momento ao fazer esse texto são uma visão única para algo que poderia ser escrito de inúmeras maneiras. Aqui, produzo uma imagem, um recorte da história. Estou construindo essa história. E se você escolheu lê-la também está olhando o mesmo filme. Mas talvez já esteja produzindo outra imagem.

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